A agroecologia se faz com gente e com gente organizada. Essa afirmação se reproduziu diversas vezes nos últimos anos, após o MST tomar a decisão de avançar no debate da agroecologia nos assentamentos e acampamentos do MST em dez regiões da Bahia.
Desde então, experiências de transição agroecológica têm nascido nas comunidades, principalmente, no que diz respeito a construção de escolas e reorganização de centros de formação. Nesse sentido, a agroecologia tornou-se um debate transversal e ocupa espaços importantes na vida das famílias Sem Terra.
Com a realização da 4º Feira Estadual da Reforma Agrária, que começou nesta última quinta-feira 14 e segue até sábado 16, na Praça da Piedade, no Centro de Salvador, esse debate toma novas proporções.
De acordo com Felipe Campelo, a Feira é mais um espaço de diálogo com a população da capital baiana sobre a luta pela terra, pela Reforma Agrária Popular e, nesse mesmo contexto, de socialização das experiências agroecológicas.
“A produção de alimentos saudáveis é consequência de uma luta histórica, que na Bahia já ultrapassa os 30 anos. O desafio da produção agroecológica entra como um instrumento que tem garantido um avanço significativo na produção das famílias Sem Terra”, explica Campelo.
Escola Egídio Brunetto
No Extremo Sul do estado, o MST consolidou a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, no Assentamento Jaci Rocha, em Prado. A Escola tem desenvolvido diversas atividades de formação e construído experiências agrícolas com foco no processo de transição agroecológica.
A partir do Projeto “Novos Assentamentos Agroecológicos” sete áreas do MST se consolidaram no último ano enquanto assentamentos agroecológicos e 11 já iniciaram o processo de transição.
Paralelo a isso, a Escola tem construído experiências de formação e práticas com a juventude e as mulheres, através de compostagem, hortas, plantio de culturas perenes, reprodução de mudas e outros, com o objetivo de apontar novos desafios.