Após a CUT (Central Única dos Trabalhadores) lançar, na terça-feira (14), um Programa de Demissão Incentivada (PDI), funcionários ameaçaram entrar em greve nesta semana.
A Central, que possui 178 empregados, alega estar asfixiada pelo governo Temer, que, com a reforma trabalhista, extinguiu a obrigatoriedade do imposto sindical e informa que o programa de demissão foi uma réplica ao fim do tributo, um dos principais recursos das centrais.
No entanto, não foi dito qual o impacto da medida adotada pelo governo federal nos cofres do grupo nem o seu orçamento global. Em 2016, a CUT recebeu R$ 59,8 milhões da contribuição.
Com o enxugamento da folha, a presidência da CUT afirma que será permitida a manutenção das atividades da central e assegura que a diligência foi consultada em assembleia aos trabalhadores após prévia apresentação de uma proposta da direção.
O PDI será terminado em 4 de dezembro e, caso não haja adesão dos servidores, será iniciado um processo de desligamento até que se alcance o percentual desejado.
Além do comando nacional da CUT, sindicatos, direções estaduais e federações estão cumprindo redução da folha de pagamentos.
Embora a cúpula da entidade afirme ter consultado seus trabalhadores sobre as normas de exoneração, os funcionários chegaram a anunciar a deflagração de uma greve. No entanto, a Central diz desconhecer o movimento e ainda se queixa de perseguição política, pois, segundo a agremiação, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, aderiu por vontade própria ao programa, o que o fez abrir mão de um salário de R$ 15 mil.
A presidência da CUT diz receber “com muita dor” a adesão de Delúbio, condenado por corrupção ativa no julgamento do mensalão, ao plano. A contratação do ex-tesoureiro foi autorizada pelo então ministro do Supremo, Joaquim Barbosa.