A Bahia não só lidera a produção de amêndoas de cacau, o estado passou a ser produtor de chocolate, a partir do volume expressivo de investimentos do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), que ultrapassa R$ 60 milhões. Os recursos foram destinados, nos últimos anos, para associações e cooperativas de regiões produtoras de cacau. Motivo de celebração neste domingo, dia 26 de março, Dia do Cacau.
Por meio de projetos como o Bahia Produtiva, a CAR investiu em melhorias no cultivo, manejo da produção, no acesso ao mercado e na Identificação Geográfica (IG) do cacau, entre outras ações. Além disso, também foram destinados recursos para Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), agroindustrialização da produção e em projetos produtivos.
O diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, destaca que, neste cenário, grandes oportunidades foram oferecidas pelo mercado, que começou a entender que chocolate é um alimento. “A agricultura familiar pode bater no peito e afirmar: Somos produtores de cacau e de chocolate de qualidade, pois temos tecnologias para isso. Na Bahia, temos marcas consolidadas como Bahia Cacau, Natucoa e Terra Vista. Além disso, as fábricas de chocolate que se instalaram na região produtora em torno dessa rotina do cacau se avolumaram”.
A Natucoa, marca da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), localizada em Ilhéus, já é referência na produção de chocolates veganos. A cooperativa recebe o apoio em assistência técnica e extensão rural (ATER), na aquisição de máquinas para produção e de kits de beneficiamento do cacau, entre outras ações. Os produtos são comercializados no mercado estadual e nacional, a exemplo das barras de chocolate 56%, 70%, 80% e 100%, além das barras com frutas desidratadas como banana, abacaxi, cupuaçu e jaca, entre outros produtos.
Já na Bahia Cacau, os investimentos em equipamentos como cocho, casa de fermentação, kits contendo roçadeira, podão, medidor de unidade e temperatura, entrega de mudas de qualidade, serviço de ATER e acompanhamento dos técnicos foram essenciais para o aumento e melhoria da produção. Um resultado contabilizado em números. De acordo com o presidente da Coopfesba, Osaná Crisóstomo, a expectativa só melhora. “Em 2022, foram cerca de 6.000 arrobas. A perspectiva para este ano de 2023 é de colher cerca de 8.000 arrobas, um aumento de mais de 30% na produção”.
Já a Cooperativa Agrícola de Pau Brasil, produz o chocolate Terra Vista, um produto orgânico, produzido por jovens do Assentamento Terra Vista, em Arataca na Bahia. Lá os investimentos da CAR foram aplicados em equipamentos de monitoramento do cacau, kit de beneficiamento de cacau, de secagem, kit manejo agroecológico da cabruca e no serviço de ATER.
Produção diferenciada
A Bahia é o estado que possui um modelo de produção de cacau único e exclusivo que é o cacau cabruca. “Um cacau que preserva o meio ambiente, uma atividade produtora que convive com o meio ambiente sem agredi-lo, muito pelo contrário, eles estão abraçados, emanados, produzindo, gerando emprego e renda e conservando o meio ambiente”, explica Jeandro.
Nesse contexto, a CAR vem fazendo mais investimentos neste sistema produtivo e, neste ano de 2023, vai iniciar a execução do Parceiros da Mata, projeto voltado para o desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica da Bahia. O projeto visa a transformação produtiva sustentável para a melhoria da qualidade de vida de 100 mil famílias de comunidades rurais dos territórios de identidade Baixo Sul, Litoral Sul e Vale do Jiquiriçá.
Serão US$150 milhões de dólares investidos diretamente em 61 municípios da Bahia que produzem cacau. “Vamos seguir trabalhando nesse contexto de preservação, sem exploração de mão de obra e de produção de cacau de qualidade para transformá-lo em chocolate de qualidade”, enfatiza o diretor-presidente da CAR.