A reunião entre o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e os advogados dos dois médicos responsáveis pelo mutirão de catarata que deixou pacientes cegos, na cidade de Eunápolis, no extremo sul do estado, terminou sem acordo.
O MP pedia R$ 40 mil de indenização para cada um dos 42 pacientes prejudicados. No entanto, a proposta foi negada pelos advogados, que alegaram falta de recursos financeiros dos clientes. A contraproposta foi de R$ 25 mil.
De acordo com o MP, um novo encontro com os pacientes foi marcado para o início da próxima semana. A decisão das vítimas deve ser apresentada aos advogados em uma nova reunião, marcada para a quarta-feira 29.
Os médico, identificados como Alaílson Mendes Brito e Wagner Gomes Dias, são denunciados por danos estéticos, morais e materiais. A Prefeitura de Eunápolis foi denunciada por negligência, por não fiscalizar os procedimentos.
Conforme o Ministério publico, o mutirão de cirurgia de catarata foi realizado em julho de 2009, em uma clínica particular contratada pela prefeitura. Os dois médicos que atuavam no local chegaram a fazer 20 procedimentos por dia.
Segundo o MP, 73 pessoas foram atendidas durante o mutirão. Destas, 42 perderam a visão ou tiveram o sentido parcialmente prejudicado por conta das cirurgias. Laudos apontam que os pacientes foram infectados pela bactéria pseudomonas aeruginosa, que tem o solo como ambiente de origem.