Dois grandes focos de incêndio continuavam ativos, na manhã desta segunda-feira, 4, no Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, unidade de conservação federal com sede em Porto Seguro no sul do Estado da Bahia. Além de devastar a mata e causar a morte de animais e aves, o incêndio ameaçava as aldeias dos índios Pataxós instaladas na unidade, de 22,3 mil hectares.
Uma equipe do Instituto Chico Mendes (ICMBio), que https://sigaanoticia.com.br/wp-content/uploads/2021/11/estudos-1.gifistra a reserva, chegou de Brasília e conseguiu dois tratores de esteira para tentar conter o avanço das chamas com a abertura de aceiros. Segundo o professor indígena Edimarcos Poncada Santana, o primeiro foco surgiu no dia 28 de fevereiro e se espalhou, favorecido pelo vento e pelo tempo seco na região. O foco inicial, que irrompeu na região do Rio Caraíva, próximo da Aldeia Boca da Mata, dos pataxós, foi controlado na noite deste domingo, 3, após intensa atuação de 250 brigadistas e voluntários, incluindo os próprios indígenas.
Outros focos, no entanto, avançaram pela reserva, que abrange os municípios de Porto Seguro, onde o incêndio já fez mais estragos Itamaraju e Itabela. “Por falta de meios para o combate, o fogo fugiu do controle. Não é possível dizer com certeza, mas acredito que uns 40% do parque já foram atingidos”, disse. Além das brigadas do Monte Pascoal e do vizinho Parque do Descobrimento, enfrentam o fogo voluntários das aldeias Meio da Mata, Corumbauzinho, Barra Velha, Cassiana e Boca da Mata. De acordo com Santana, a empresa Veracel Celulose, que mantém programas sociais nas aldeias, enviou um caminhão e um avião para dar apoio às equipes. “O avião pega água do mar, perto de Trancoso, e lança sobre os focos mais altos, mas é pouco. Precisamos de mais equipamentos, combustível e motosserras”, disse.
O Parque do Monte Pascoal é uma das mais importantes unidades de conservação integral do extremo sul da Bahia. Na unidade, está localizado o Monte Pascoal, primeira porção de terra brasileira avistada pela expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1.500. A reserva abriga cerca de seis mil indígenas da etnia pataxó.