Nos dias 22 e 23 de fevereiro, o Instituto Chico Mendes iniciou as primeiras tratativas para a revisão do Plano de Manejo do Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal. As discussões envolveram membros do Conselho Gestor da unidade de conservação e o Conselho dos Caciques do Território Indígena Barra Velha, destacando a importância do diálogo com a comunidade indígena Pataxó, cujo território ancestral se sobrepõe ao parque.
A gestora do Parque Nacional, Raiane Viana, enfatizou que as reuniões são essenciais para promover o envolvimento dos atores sociais, especialmente os indígenas, na revisão do planejamento da unidade de conservação. O consentimento do Conselho dos Caciques foi obtido para a realização de oficinas nas aldeias, visando reunir informações cruciais para a revisão do Plano de Manejo e a elaboração de um Plano Específico para a área de sobreposição.
Ao longo dos próximos 24 meses, serão conduzidas oficinas específicas nas aldeias e com representantes de setores relacionados à gestão da unidade. O objetivo é construir um planejamento que considere o contexto local, conciliando os direitos dos povos originários com a conservação da natureza.
O Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal, criado em 1961, abrange cerca de 22 mil hectares em Porto Seguro, Bahia. Com uma paisagem diversificada, incluindo Floresta Ombrófila Densa, Manguezais, Restingas e praias, o parque tem como principal objetivo conservar ecossistemas desde a beira da praia até os limites geográficos, protegendo o ambiente natural da região marcada pelo Monte Pascoal.
A presença histórica dos indígenas Pataxó, anterior à criação da unidade, destaca-se na sobreposição com a Terra Indígena Barra Velha. Essa dupla proteção confere riqueza cultural e histórica ao território, sendo parte do Corredor Central da Mata Atlântica, Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. O reconhecimento internacional é evidenciado pela integração ao Patrimônio Mundial Natural “Reserva da Mata Atlântica da Costa do Descobrimento” pela UNESCO.
