Na mesa do brasileiro, o arroz é onipresente. No assentamento Fábio Henrique, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), situado no município de Prado, Extremo Sul da Bahia, ele é também sinônimo de alegria, fartura e esperança. Os agricultores do local já iniciaram uma plantação de arroz orgânico que envolverá a maior parte das 174 famílias que residem no assentamento.
Inédita no estado, a iniciativa deverá contribuir para gerar renda e diversificar ainda mais a produção dos agricultores, que tem a mandioca como carro-chefe, mas também inclui cultivos de urucum, milho, feijão e hortaliças.
Em um ato simbólico, os trabalhadores plantaram cinco hectares de arroz para comemorar o início dos novos trabalhos. A agricultora Ana Maria Silva Vaille, coordenadora do assentamento, afirma que o cultivo deve chegar, em breve, a 100 hectares. A estimativa é motivo de esperança para quem reside no local.
O fato de a colheita ser orgânica também motiva os assentados, que hoje vivem um processo de transição do modelo convencional para o sistema agroecológico, pautado na sustentabilidade e no respeito ao ecossistema.
A nova colheita do pedaço motiva também os mais jovens. É o que manifesta Carla dos Santos Andrade, de 16 anos: “Vai ser boa para o assentamento e para o nosso futuro, para o futuro de muita gente, muitas crianças, dos pequenininhos até os maiores. Vai ser um exemplo de como cultivar”.
“Esse ato é uma grande conquista do processo de luta de classes, porque essa área aqui era do agronegócio e os trabalhadores conquistaram ela após um grande processo de luta, de enfrentamento. Hoje estão aqui as famílias vivendo, produzindo, construindo um quintal produtivo no sistema agroecológico. A luta não é em vão. A luta vale a pena”, celebra Paulo César de Souza, dirigente regional do MST.