A cidade de Mucuri, juntamente com outros municípios da região, como Conceição da Barra, São Mateus, Linhares e Aracruz, foi duramente impactada por um grave crime ambiental relacionado à tragédia de Mariana, envolvendo a Vale e a Samarco. Em 19 de fevereiro de 2025, está programada a primeira instrução processual ou uma possível conciliação entre as partes, marcando um marco importante nesse litígio.
O processo judicial foi aberto contra a Vale e a Samarco devido às subsidiárias holandesas envolvidas narodução da barragem de Fundão. Mucuri, em especial, figura no processo em Amsterdã, onde foi solicitada uma indenização de R$ 18 bilhões pelos prejuízos causados a milhares de pessoas, empresas, associações e instituições religiosas afetadas pela tragédia na bacia do Rio Doce e no banco dos Abrolhos.
A Procuradoria Geral do Município de Mucuri, representada por Jhanshy Amarante Santos Teixeira, em conjunto com os escritórios Pogust Goodhead e Lemstra Van der Korst, obteve a penhora dos ativos da Vale S/A em sua subsidiária Vale Holdings B, como parte dos esforços para buscar justiça internacional diante dos danos ambientais e sociais causados.
A ação judicial movida em Amsterdã envolve mais de 77 mil pessoas, sete municípios e cerca de mil empresas e associações nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. A lama tóxica da tragédia de Mariana alcançou o Oceano Atlântico, afetando extensivamente o banco dos Abrolhos e provocando graves danos à biodiversidade marinha, incluindo altos índices de metais pesados nas águas oceânicas de Mucuri.
Os esforços legais e a busca por compensação por meio de ações internacionais buscam obter reparação pelos impactos sofridos pelos moradores das cidades afetadas.