O Parque Nacional Marinho de Abrolhos é a mais importante área de biodiversidade de todo o Atlântico Sul e é um importante berçário de baleias jubartes. Lá encontramos também um dos maiores recifes de corais do mundo e tartarugas ameaçadas de extinção, como a de couro, a cabeçuda. Há anos e anos o arquipélago de Abrolhos é tão famoso que até Charles Darwin o visitou em 1832.
Esse foi o primeiro Parque Nacional Marinho criado no Brasil, em abril de 1983. E isso representou um marco para a conservação marinha para nós. Mas agora, 36 anos depois, uma ameaça ronda Abrolhos e toda a vida marinha que ali habita: dias atrás, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, autorizou o leilão de blocos de petróleo e gás natural bem perto do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. Para piorar, isso contraria a decisão dos técnicos do Ibama, que não recomendaram a inclusão de blocos ali.
Esse é apenas mais um caso no qual a ciência não está sendo respeitada, aparentemente, em nome dos interesses financeiros da indústria do petróleo. Sai perdendo a nossa natureza e a biodiversidade. Sai perdendo quem depende de um oceano saudável, com águas limpas. Mesmo que o petróleo represente um grande negócio no mundo, é também uma das piores fontes de poluição e um dos principais agravantes das mudanças climáticas. Quando explorado próximo a zona sensíveis, como Abrolhos, o petróleo se torna também uma ameaça ao bem estar de ecossistemas, animais e comunidades vulneráveis.
É inaceitável que nosso governo coloque os interesses da indústria do petróleo na frente do bem estar das pessoas e da natureza. A região de Abrolhos merece ser preservada e respeitada como área tão relevante que é de nossos oceanos. Essa não é a primeira vez que o petróleo ameaça Abrolhos e os animais que vivem ali. Em 2009, empresas estrangeiras queriam instalar poços de petróleo na região e o Greenpeace, então, lançou a campanha Deixe as Baleias Namorarem para pedir uma moratória de 20 anos que evitasse a exploração. Não é só o petróleo que ameaça nossos oceanos. E não são só a região de Abrolhos que está correndo risco. Outras atividades predatórias como a pesca industrial, a mineração submarina e a poluição causada pelos plásticos são também exemplos.